Benefícios do Pilates na Incontinência Urinária
A International Continence Society (ICS) define a incontinência
urinária como “uma condição na qual a perda involuntária de urina é um
problema social ou higiênico e é objetivamente demonstrável”. As causas
da IU são diversas, entretanto na maioria dos casos pode-se citar a
idade avançada, a gravidez, o parto, a diminuição dos hormônios
femininos na menopausa, o tratamento do Câncer de Próstata e as
incapacidades físicas e mentais.
Causas primárias ou agravantes da incontinência urinária:
SEDENTARISMO – pouca atividade física associada a
longo período de permanência na posição sentada causam diminuição na
força da musculatura do períneo.
TABAGISMO – a nicotina diminui a síntese e a
qualidade do colágeno, fundamental na manutenção da elasticidade
muscular, e também favorece o surgimento de contrações involuntárias da
bexiga. O excesso de tosse, comum aos tabagistas, causa danos aos
tecidos de sustentação da uretra e da vagina.
DOENÇAS PULMONARES CRÔNICAS – a tosse provoca um aumento da pressão intra-abdominal em relação à pressão uretral, afora os danos acima mencionados.
DOENÇAS NEUROLÓGICAS – de origem central ou periférica como na doença de Parkinson, esclerose múltipla, lesão do cone medular, etc.
CONSEQUÊNCIA DE ALGUMAS CIRURGIAS
USO DE DIURÉTICOS – por aumento na produção de urina, em condições já de algum comprometimento da contenção urinária.
INFECÇÃO URINÁRIA – quando com infecção urinária, as mulheres apresentam piora do quadro de incontinência.
DIABETES – devido às alterações da inervação local e à maior predisposição de adquirir infecção urinária.
Outras causas podem ser de duração mais prolongada, até mesmo
permanente: hiperatividade do músculo da bexiga, fraqueza dos músculos
que seguram a bexiga no lugar, fraqueza no esfíncter uretral (músculo
que circundam a uretra), problemas congênitos, aumento da próstata,
lesões da coluna espinhal, cirurgias ou doenças envolvendo nervos e/ou
músculos (esclerose múltipla, distrofia muscular, poliomielite e
acidente vascular cerebral). Em muitos casos, vários fatores estão
associados como causa da incontinência.
A necessidade de ir ao banheiro imediatamente, a perda de urina
durante o sono ou depois de algum esforço como tossir ou pegar peso, ou
não perceber que a bexiga está cheia são situações mais comuns do que se
imagina.
Contudo a incontinência urinária se divide em alguns tipos:
INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO – ocorre quando a
pressão abdominal é superior a pressão de fechamento da uretra, causando
uma perda involuntária de urina em esforços como tossir, espirrar ou
levantar peso. Ocorre devido a uma deficiência no suporte vesical e
uretral que é feito pelos músculos do assoalho pélvico ou por uma
fraqueza ou lesão do esfíncter uretral.
INCONTINÊNCIA DE URGÊNCIA– o indivíduo sente
urgência em urinar, levando à perda do controle miccional. Acontece
quando a bexiga está hiperativa, ou seja, contrai sem o seu comando ou
desejo de que ela faça isso. Existem várias causas para essa condição. A
bexiga pode tornar-se hiperativa devido uma infecção urinária que
irrita a mucosa da bexiga ou por alterações nos nervos que normalmente
controlam a bexiga e em muitos casos a causa pode não ser detectada.
INCONTINÊNCIA MISTA- é uma combinação das duas condições anteriores.
INCONTINÊNCIA PARADOXAL – o paciente não consegue eliminar toda urina da bexiga, causando sensação de gotejamento após a micção.
BEXIGA NERVOSA – normalmente a mulher deve ser capaz
de suprimir o desejo de urinar e neste caso, ao tentar suprimi-lo
ocorre uma contração involuntária do músculo da bexiga (músculo
detrusor), escapando urina.
INCONTINÊNCIA POR TRANSBORDAMENTO – ocorre quando a
bexiga não é esvaziada por longos períodos, tornando-se tão cheia que a
urina simplesmente transborda. Isso pode acontecer quando existe uma
diminuição da sensibilidade da bexiga (você não percebe que a bexiga
está cheia), quando existe uma fraqueza do músculo da bexiga ou
obstrução na uretra que dificulta o esvaziamento normal. A principal
causa de incontinência por transbordamento é um aumento da próstata com
obstrução da uretra. Por essa razão esse tipo de incontinência é mais
comum no homem. Fraqueza do músculo da bexiga e diminuição da
sensibilidade pode ocorrer em ambos, homens e mulheres, mas isso é mais
comum em pessoas com diabetes, uso crônico de álcool e outros problemas
que levem a diminuição da função neuronal.
ENURESE NOTURNA – Perda de urina durante o sono.
Quando um indivíduo apresenta duas ou mais causas de incontinência, cada
causa deve ser encontrada e tratada apropriadamente.
Embora atinja todas as idades e ambos os sexos, as mulheres são mais
suscetíveis à incontinência urinária, apresentando uma probabilidade
duas vezes maior de desenvolvê-la. A musculatura mais forte, a uretra
mais longa e a presença da próstata contribuem para os índices mais
baixos entre os homens.
Além de remédios e as intervenções cirúrgicas convencionais, o
Pilates surge como uma nova alternativa de tratamento e também de
prevenção à IU, já que tem como um dos principais focos o fortalecimento
da musculatura pélvica – favorecendo assim um maior controle sobre o
fluxo de urina.
Por isso, alunos de Pilates são menos suscetíveis à doença, já que,
durante as aulas eles têm a chance de trabalhar mais as regiões do
abdômen e pélvica, especialmente o períneo (área entre o ânus e a
uretra).
É muito importante que cada aluno de Pilates seja avaliado quanto ao
nível de consciência da ação dessa musculatura e ainda sejam
continuamente monitorados quanto ao padrão respiratório correto durante a
atividades. A conhecida “Manobra de Valsalva” (prender a respiração
durante o exercício) deve ser reprovada, pois esse ato aumenta ainda
mais a pressão intraabdominal e ocasiona maior sobrecarga ao assoalho
pélvico, que se fadiga mais rápido e torna-se incapaz de manter-se
contraído. O resultado disso é a perda involuntária de urina – evento
totalmente constrangedor e indesejável.
No entanto é importante relembrar que os casos de incontinência
urinária devem ser acompanhados por um médico que, aí então, poderá
indicar o Pilates como uma solução para o problema. Ao fisioterapeuta,
ou o instrutor de Pilates, caberá a tarefa de desenvolver e aplicar um
plano de reeducação do pavimento pélvico, um processo individualizado e
que dê resposta às necessidades de cada paciente.
Fonte: ClubedoPilates
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